sexta-feira, dezembro 02, 2011

Colaboradores │Estréia │Divagações

Esses dias me lembrei de um certo dia, em que me perguntaram o por que de eu gostar de ler tanto. Essa é uma pergunta que sempre me intrigou porque, no meu mundo, todos possuem mil livros em casa e todos cultivam a leitura diária, mas não é assim. Quando deparada com uma pessoa que fazia uma pergunta a qual a resposta era simplesmente óbvia a ponto da questão me parecer idiota, eu me questionava e me intrigava. O tempo passou e eu entendi que nem todas as pessoas gostam disso. Mas a resposta que eu dei na época, foi simples. "Ah, sempre gostei". Não que eu tenha um intelecto culto, simplesmente admirável e incomum... apenas gosto de ler bastante. Hoje penso que eu poderia dar mil especificações do motivo. As palavras sempre tiveram grande influência a minha vida toda. Desde pequena, a fantasia me fascinava. Seja no primeito jogo que me encantou (Zelda - a link to the past e posteriormente Zelda - Ocarina of Time), desde meu primeiro livro, o qual eu realmente não me recordo. Daí eu passei a me inspirar e a escrever.

Minha primeira estória, era infantil, obviamente, e tratava-se de uma menina que trocava de lugar com uma estrela. Meu segundo feito, era baseado no mundo dos elfos e fadas. Uma mistura de inspirações que me ocorreram vindos do jogo Zelda, um livro esotérico da minha mãe, e minha própria imaginação. Também tive minha fase dark, inspirada em Anne Rice, a qual eu já devorava com meus 13 anos. Criei vampiros frios e impiedosos, e donzelas vítimas de seus encantos. Depois me veio a magia épica... A Idade Média romântica fantástica dominou minha cabeça, assim como as crônicas. Entrei em um mundo que parecia já ser meu a muito tempo. Criei cavaleiros, reis, damas, justas, sacerdotisas, algumas batalhas sangrentas, magia. Porém antes disso tudo, esqueci de citar, me veio as Fábulas de Esopo (talvez meu primeiro livro, não me recordo), que me embarcou em pequenas estórias e as lições que cada uma nos trazia.

Depois me veio o século XVIII. Toda a meticulosidade da sociedade europeia nessa época, também me encantou. Era o romance em sua forma mais pura, dramática, trágica e piegas, com Jane Austen, Charles Dickens e as irmãs Bronte. Um pouco de filosofia em forma de romance me trouxe Oscar Wilde, que me fez pular também para outros autores e O Médico e O Monstro me fascinou. Ao mesmo tempo, também me veio a aventura... conheci garimpeiros e seus fiéis cães com Jack London, e os aclamados romances policiais de Sir Doyle e Christie, e a atmosfera escura de Poe. A poesia também entrou em meu diversificado mundo com Byron, Shakespeare, Blake, Azevedo e alguns outros que eu considerava pequenos a comparar com estes.  Também me dei com relatos. O Diário de Zlata e Anne Frank foram os que mais me cativaram, além do ácido Hunter S. Thompson. Não posso especificar mais nada daqui, ou isso aqui viraria um grande texto maçante e entediante, mas o fato é... porque gosto tanto?

Seria meu refúgio, minha pressa e urgência de desligar-me um tanto do mundo real? Seria minha inspiração, motivação? Ou trata-se apenas de simples coisas como... se apaixonar perdidamente pelo cheiro das páginas de livros, velhos ou novos. O fato é que eu sempre estava lá, com um livro nas mãos, e quando eu cansava de ler, debruçava minha cabeça na página em que eu estava, olhando aquelas letras como se fossem a única coisa do mundo, e sentindo aquele cheiro bom, que me provoca uma nostalgia e uma sensação deliciosa sem igual. Aí tudo em volta parecia colaborar com a atmosfera do livro em que eu estava lendo.

Quando lia romance de cavalaria, tudo parecia estranhamente rústico e passado. O vento soprava mais fresco e o Sol me presenteava com seu fraco calor. Imaginava-me em diversos lugares. Ou quando lia um suspense, por exemplo, tudo parecia mais sombrio e curioso, atiçando-me a continuar. Não posso negar a minha paixão por pequenos efeitos singelos que isso pode me causar... sentir aquela textura em meus dedos, o papel, as letras, as palavras, a frase, os parágrafos e como tudo aquilo me preenche. Aí uma brisa sopra e tudo não pode ser mais perfeito.

Mas lógico, acordo. O mundo está cheio de desgraças e eu apenas preciso de alguns livros, algumas idéias minhas e escrever, pra ser otimista o bastante e acreditar, que talvez isso tudo aqui um dia possa mudar.

por: Morgana Oliveira

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