domingo, junho 07, 2015

O entusiasmo de seguir em frente e a falsa ordem da felicidade.

"A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente."  - Soren Kierkegaard.

Como um atento leitor e interessado estudante da pós modernidade e dos recentes fenômenos sociais, é impossível para mim, não fazer um paralelo sobre o que os filósofos e sociólogos recentemente pregam sobre a juventude. Ela que uma vez foi transviada e hoje, se vê perdida, sob os olhares mais pessimistas.

Muito se fala sobre a felicidade falseada e a extrema necessidade de se mostrar feliz pra todos, em todos os momentos e a todo tempo. Feliz na profissão, na família, no amor, na vida.
Cautela, pois não é errado compartilhar bons momentos, mas o que se discute é a frequência e a intensidade de tantos compartilhamentos.

O que se discute é essa irresponsabilidade do esquecimento de que numa rede social, você não esta só cercado de amigos, como aqueles os quais você escolhe (ou deveria escolher) a dedo para compartilhar o mais íntimo da sua vida.

Ninguém é intimo de 400, 800 ou mil amigos para compartilhar a vida como todo, com check ins, desabafos, alegrias e tristezas.

Afinal, ser humano é (também) sofrer, é ser um ser em constante evolução e transmutação. O Ser

Humano é subjetivo, e Kierkegaard destrincha isso muito bem em seu livro "O Conceito de
Angústia".  (Eu particularmente não o acho um livro fácil de ler, mas vale o esforço)

Porém com minha experiência de vida, tentando ser pragmático em minha visão, eu iria de encontro à essa visão hiperbólica do jovem pós moderno.

Pois, ainda que hajam nuances verdadeiras sobre tais aspectos, como essa "falsa felicidade" e tudo que ela engloba. Vejo que a minha geração é extremamente entusiasmada pela vida e tem procurado seu lugar no mundo de maneira perspicaz.

Acredito que a única coisa que poderia ser pontuada negativamente nessa visão pragmática é o egoísmo extremo de simplesmente viver sua vida, desconsiderando que o outro existe. Pois, como um amigo meu diz: "Cada um abrace seu cacto".

Entenda, falo isso no sentido de que hoje, dificilmente fazemos algo fora do nosso coração. Ajudamos sim, os amigos de perto, ou aqueles de quem poderemos receber "algo em troca"... ainda que esse algo, seja, somente, atenção e palmas.

Entrando em outra seara, por isso hoje temos tantos milhões de evangélicos no Brasil, mas ao mesmo tempo temos uma igreja com "i" minúsculo, que não faz a diferença nas comunidades onde se estabelecem.

Não somos mais capazes de nos compadecer pela história cotidiana de sofrimento que mora ao nosso lado, a não ser que ela passe no "Fantástico". (Mas isso é papo pra outra postagem)

Como dito por Kierkegaard, temos que aprender com nosso passado, nunca deixando de olhar para trás, para assim, viver evoluindo. Ou seja, seguindo em frente.

E o que isso tudo tem haver com o título da postagem?

O que quero dizer é que sim, devemos seguir em frente, não deixando a "peteca cair", vivendo com vida, com sorrisos e alegrias. Mas também com choro e tristeza, quando couberem.

Que estamos aí, não mais perdidos nesse mundo que não para, correndo sob essa fina camada de gelo, liquidificando tudo, como diria Bauman. (risos)

Entendendo que seguir em frente não é uma questão de sobrevivência como a pós modernidade nos impõe, mas sim questão de evolução.

Logo, como eu gosto de dizer: para o alto, e, avante!


Graça e Paz

Atualização: Mudanças no Blog e afins

Pois bem, estamos de volta!


Muitas coisas mudaram nesses dois anos ausente, muitas coisas. Mas uma coisa não mudou, minha vontade e paixão pela escrita e leitura. Da vida que isso me dá.


No entanto, agora usarei o blog de maneira menos pessoal, no que tange a abordar diretamente assuntos da minha vida particular, etc, etc...


Irei escrever transitando sobre o nome do blog e perambular sobre seu mote. Mas falarei de tudo, política, filosofia, religião, cultura pop, atualidades...


Não assumirei compromisso para postagens no que tange a regularidade ou qualquer ordem dos assuntos abordados.


Caso você, meu leitor-ausente, que goste da minha opinião e queria sugerir um assunto a ser discutido ou simplesmente saber exatamente o que penso sobre o tal tema: sugira-o.


O blog continua aberto a amigos, conhecidos, desconhecidos, simpatizantes, colaboradores e afins.


Então minha gente, vamos seguir em frente.

segunda-feira, março 04, 2013

As mãos que nada servem, atadas.

Já não é de hoje que se tem discutido sobre a epidemia de crack que assola nossa cidade já tão cheia de problemas e defeitos quanto qualquer outra grande metrópole.

No entanto, fora toda a discussão politica que enreda e guia tal assunto, paro pra pensar no que as ONGs poderiam fazer. Daí venho eu pra contorcer seu conceito e pensar nas igrejas como ONGs.

É isso mesmo, igrejas. E eu, particularmente quando digo isso, penso nas igrejas evangélicas como cerne do meu exemplo, pois vivi muitos anos (pra mim) dentro "delas".

Sei que isso talvez possa causar desconforto em muitos e fomentar a sede de criticar de outros, mas o fato é que sim, quero falar sobre isso.

Sei também que é fácil falar e criticar do conforto do meu notebook, da minha casa. Nunca doei um centavo  diretamente aos pobres e não participo de quaisquer projeto social ou coisa similar. No entanto isso não me exime de ter um olhar crítico sobre o assunto e sobretudo, de expor minha opinião.

Penso no que aprendi sobre o evangelho de Jesus e sobre tudo que é ser cristão.

Já não por uma vez usei esse exemplo: Certa feita num culto de ceia, meu antigo pastor falava sobre ser pai e do presente que Deus nos permitiu cuidar que são os filhos. E, relatou sobre ter levado sua familia para almoçar e viu, à porta da churrascaria, um morador de rua revirar o lixo.
Então, deus falou com ele que sua filha nunca passaria por tal situação e brados de júbilo foram dados na igreja.

Aí eu me pergunto: Onde esta Jesus nisso? Não seria o mais cristão, dar um prato de comida ao aflito, ou algo do gênero? Penso eu que se fosse o próprio Jesus ao ver a cena, teria convidado o mendigo à comer com ele dentro da pomposa churrascaria...

Enfim, fiz essa breve introdução pra abordar exatamente esse ponto.

Porque essas igrejas milionárias não constroem casas de recuperação?

Poderia o pastor não andar de carro importado, não morar numa cobertura, não receber um salário executivo, não ter igrejas/palácios, não lançar um CD por ano gravado nos "esteites", não gastar milhares de reais em convenções e shows ao céu aberto em marchas que não servem na prática pra nada?

Penso naquelas pobres almas, aflitas e perdidas, à merce do poder público-repressor e opressor... Penso nessas pessoas doentes de corpo e mente, já sem espírito e alma, vivendo como zumbis, animais...
Minha alma dói em pensar que alguém da minha família, meu filho, pode estar à mercê disso...

E me revolta saber de pessoas que se dizem defender ideais tão justos e nobres, poderem fazer algo e não fazerem nada, porque é mais fácil culpar o governo.

Esse mesmo pastor do exemplo e com certeza muitos outros, moram na Ilha do Governador. E penso como é possível que seus corações estejam endurecidos ao entrar e sair do bairro, testemunhar tal degradação e nada fazerem.

Em alguns momentos da minha vida me pergunto porque me afastei tanto da igreja. Fácil achar a resposta não é?

Gostaria somente de menos hipocrisia e mais humanidade, empatia.

Daí me vem um Malafaia fazer render assunto com homosexualismo e blá, blá, blá... ah faça-me o favor! A Ilha é vizinha de Bonsucesso! Quintal da igreja dele!

A era da subversão já é chegada. O egocentrismo-egoísmo reina sobre essa sociedade cada vez mais doente se achando sã.

E ainda haverão aqueles que ferrenhamente-lobotomizados pelos arreios da crença fervorosa  me criticarão publicamente ou secretamente em seus corações... A esses só desejo que suas mentes possam ser iluminadas pela verdade que vem do "ser humano".

A Verdade é e sempre será uma só. Jesus. E, será que ele realmente se agrada somente de te ver evangelizando no carnaval, doando cestas básicas e escutando a "rádio crente" no seu trabalho?

Já dizia sabiamente Guns n' Roses:

"Olhe pras dúvidas em que temos chafurdado
Olha para os líderes que temos seguido
Olha para as mentiras que temos engolido."


Pensem bem nos líderes que vocês tem seguido.

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Atualização da Vida │Mudanças no Blog

Pois é, quem diria que poucos dias após minha última postagem a vida tomaria tantos outros rumos, me abriria tantas outras possibilidades e me faria sorrir como a muito tempo eu não sorria. Sorri novamente para o amor.

Engraçado como somente hoje consigo perceber o quanto meu coração foi falho ao querer se enganar diante de carências e quereres que não passavam de mais carências.

Hoje estou extremamente feliz e é só o que tenho a dizer sobre isso. Por mim, por ela e por ele.

No entanto, devido a ter uma louca cibernética (e que fique só assim, se for o caso) atrás de mim, decidi retomar a ideia original do Blog.
Minha ideia principal ao pensar nesse espaço foi o de compartilhar, através das minhas experiencias, sentimentos que nos unem, entrelaçam e nos correlacionam como "ser-humano".
Porém de alguma forma alheia ao meu controle, esse espaço acabou por se tornar algo extremamente intimo e pessoal, praticamente um diário de sentimentos e fatos marcantes da minha vida.

Só que hoje a internet é algo tão grande, tão aberto, tão abrangente que me preocupa esse excesso de exposição. Mesmo adorando esse mundo, essa troca e essa interatividade, hoje, sou mais comedido em me expor e também aos que amo.

Sendo assim, voltarei a publicar meus contos, cronicas, poemas, poesias e; sentimentos. Não mudarei o mote, mas sim a forma como passarei a tratar dele.

"Porque as distâncias entre as nossas histórias é relativamente igual ao tamanho dos nossos sentimentos."

Nisso, nada muda.

Enfim, escrever é uma paixão maior do que a de ler ou a música e não deixarei de faze-lo por conta de pessoas que no ápice da falta do que fazer somado a um "quê" de loucura e recalque me incomodam.

Por mais que eu escreva num blog aberto e ainda compartilhe meus textos no facebook, sempre escrevi pra mim. Sempre me serviu, também, como um bom exercício de organizar as ideias e expandir pensamentos.
Escrever já me ajudou a me entender melhor, conhecer.

Espero que aqueles que me acompanham, possam me perdoar por esse período distante.

Só tenho a agradecer aos meus leitores ausentes.


terça-feira, dezembro 25, 2012

Atualização da Vida │Felicidade; Amor

É, a última vez que me aventurei a escrever sobre o amor, já se passaram quase dois meses! O tempo passa e um monte de sentimentos também. Mas de fato o que pra mim realmente acontece são as atitudes.

Já tem um tempão que tenho fugido dessas atitudes; atitudes de amor. E tenho fugido delas por diversos motivos...
Me decepcionei feio da última vez que tentei amar, não sou correspondido, trabalho, família, metas pessoais... várias coisas!

Porém toda vez que eu a vejo me sinto completamente diferente, é como o renovo... Me esqueço que "não devo amá-la" porque ela não gosta de mim além de uma bonita amizade.
Simplesmente decido viver minha vida, até que acontece o "próximo encontro".

Quando estou feliz dano a querer escrever e espalhar minha felicidade.

E, hoje ao ouvir uma antiga canção, me dei conta de certas coisas que fazem meu coração se regozijar nesse sentimento tão gostoso que é o amor.

Sinceramente sei que é cedo pra dizer que é amor, mas gosto de defini-lo assim.

A música diz:

"É incrível nada desvia o destino.
Hoje tudo faz sentido e ainda há tanto a aprender.
E a vida tão generosa comigo veio de amigo a amigo me apresentar a você.

Não se prenda a sentimentos antigos.
Tudo que se foi vivido me preparou pra você
Não se ofenda com meus amores de antes, todos tornaram-se fonte para que eu chegasse à você."


Hoje quero viver um sentimento mais maduro e paciente, não quero afobações ou excessos. Quero conseguir despertar nela algo sólido, confiável.
Não to dizendo que quero casar, namorar, ficar ou simplesmente suprimir tesão.

Quero provar pra ela que meu sentimento é honesto e único. Claro que também sou egoísta no sentido de sonhar com a reciprocidade dessas atitudes e conseguir conquista-la.

Sabem, ela nunca me enganou ou iludiu, até mesmo quando abri meu coração e me desarmei. Nunca se afastou ou sequer pensou nisso. Sempre foi tão verdadeira quanto eu.

Não. Não estou iludido.

Apenas tenho transbordado em felicidade por me sentir assim e isso me faz bem. Tudo tem dado tão certo na minha vida... Quero que continue assim!

Mesmo sendo um sonhador, alimento dentro de mim, e somente dentro mim, a doce esperança de um dia conquista-la. Também sou capaz de ter os pés no chão e saber que esse amor, pode ser só meu. Que nunca poderei ver essa reciprocidade. Que a vida pode é leva-la para outros braços que não os meus.

Mas, mesmo com isso não me sinto triste ou abatido, pois mesmo o amor sendo um sentimento puramente egoísta, sei que tudo ocorrerá da melhor forma, tanto pra mim, quanto pra ela.

Também não quero assusta-la com tudo isso que já disse e tenho feito. Quero somente poder cuidar dela, participar da sua vida, ser lembrado ainda que seja com um sorriso gostoso de canto de boca.

A chama esta acesa, e quem sabe ao invés de deixa-la morrer, ela não acaba se tornando mais forte?

Tenho essa esperança!

Te amo.


segunda-feira, novembro 05, 2012

Atualização da Vida │Ponderações Sobre o Amor


Pois é... já tem um bom tempo que eu não escrevo sobre o amor ou sobre os seus efeitos (devaneios) sobre a minha vida...

Então, esse final de semana eu estava conversando com uma amiga não diretamente sobre isso, mas nosso bom papo, me fez ponderar sobre algumas coisas.

Não, não estou apaixonado. Muito menos louco de amores como fiquei até o final do ano passado. (e o tempo passa rápido)

Bem, tenho pensado sobre como a inspiração sobre esse sentimento pode acabar nos motivando, nos levando a ir além daquilo que pensamos ser nossos limites. E, por muitas vezes, como faz bem ser levado por esse impulso “incoerente” e quase sempre sutil.

Há pessoas que precisam sentir amor, há aqueles que não conseguem viver sozinhos... terminam um relacionamento e logo se atiram em outro. Daí alguns pensam, louco. Não, eu diria simplesmente loucos por amar, por cuidar e ser cuidado.

Ainda há também aqueles que somam a si próprios dentro da sua suficiência de vida. São aqueles que até gostam sim de amar, mas pra eles não é objetivo ou caminho... é a suave curva que aparece quando menos se espera e te permite ver com mais clareza o caminho a seguir.

E, há também aqueles que gostam de amar e se sentem completos com isso, mas que, em algum momento se machucaram, decepcionaram... são aqueles que simplesmente tem medo de amar novamente, ainda que precisem e/ou anseiem.

Na verdade há tantos tipos, tantos caminhos... Mas para mim, esses três são os mais comuns, os mais flexíveis e mórficos.

Meu ceticismo quanto a isso é nulo... ou deveria ser pelo menos...

Aprendi a interpretar através de uma voz amiga, alguém que me deu um conselho valioso, que o amor é atitude.

Sim, escolhe-se amar através de atitudes que corroboram pra isso.

Não posso eu ser leviano e simplesmente desconsiderar o sentimento.

Mas, sem atitudes de amor de nada vale o sentimento. É vazio.

Somos nós quem decidimos comprar flores, levar café na cama, andar de mãos dadas, ser gentis, perdoar, não trair, corresponder...

O que difere disso, pra mim, não é amor... é puro sentimento de admiração, fixação, adoração ou qualquer outra coisa senão algo vazio e unilateral.

Sei que um dia, novamente, vou provocar atitudes de amor em alguém... Já tenho tido algumas, ainda que dentro do meu silêncio.

Mas é como falei, não; não estou amando.

domingo, outubro 14, 2012

Atualização da Vida │A Feliz Rotina da Esperança #2

Sei que tenho andado bem sumido do blog, e quanto à isso peço desculpas sinceras aos meus queridos leitores-ausentes.
Mas, por muitas vezes, ser feliz ocupa o nosso tempo de tal maneira... risos.

Enfim, depois de muita trapalhada tenho decidido mudar em muitas coisas e tenho conseguido. E isso, graças a Deus.
Claro tenho procurado fazer a minha parte no que tange a tomar as atitudes corretas.

Outro dia conversando com um colega sobre as mulheres e todo esse jogo da conquista ele me disse: "Mulher é meu ponto fraco, não consigo resistir." - Detalhe ele é casado.

Não vou aqui fazer criticas ou julgamentos, acho que cada um sabe o que é melhor pra si.

No entanto decidi acrescentar o "detalhe" pois minha resposta foi simples pra ele.

Respondi mais ou menos assim: "Cara, eu tenho vivido minha vida de forma mais simples, mal tenho paquerado. Até minhas noites de balada tem sido calmas nesse sentido. Precisava mudar minha vida e essa mudança só acontece através de "atitudes de mudança".

De certa forma eu vinha buscando um novo amor, uma nova paixão, uma vazia substituição.

Sabem, escuto muita gente dizendo que precisa mudar nisso ou naquilo, até eu mesmo vivo dizendo tais coisas... No entanto tenho aprendido (o que não é novo) que essas mudanças vem através do óbvio: atitudes.

Minha vida tem sido mais feliz, mais justa, mais acertada. Tenho tido paz comigo e prosperidade.

Assistindo Batman: O Cavaleiro das Trevas, aquele do Coringa, tem uma cena que o mordomo diz que antes que tudo melhore, piora muito.

Na hora falei pros meus amigos: Verdade!

Minha vida rodopiou tanto depois da minha separação, quem acompanha o blog, ou simplesmente é meu amigo de verdade sabe de tudo isso.
Mas agora, finalmente tudo tem se encaminhado da maneira correta, e tenho certeza que tenho boa parte de culpa de pegar essa boa maré.

Atitudes.

Meu filho, meu bolso, meu trabalho, meus amigos, meu coração calmo... "Tudo vai bem..." - Direi ao profeta.

Mas claro, nada é sempre tão perfeito... Infelizmente tem uma pessoa que, acho eu, não tem nada de bom pra fazer e fica me perseguindo através do blog, falando coisas ruins...

A ela, só desejo que encontre algo mais produtivo pra fazer, que vá ser feliz também e permita que Deus cure seu coração.

Se importar com o que realmente vale o meu esforço, essa tem sido minha máxima.

Obrigado Jesus pelo teu cuidado mesmo eu tendo sido tão descuidado contigo.

Quero mais realizações, chegou o momento derradeiro de construir algo duradouro. Já são 30 anos, um filho e muitos sonhos.

Hoje disse: Nunca sonhei em ser rico, sempre sonhei ser pai.

Agora que sou pai, quero ser rico. Quero dar tudo que meu filho merece e deve ter. Mas também quero ser rico de sabedoria, amor e disciplina para poder ensina-lo no caminho.

Obrigado a todos os meus amigos que me amam de verdade e que tem estado sempre comigo. Sempre.

Desculpem-me pelo título do texto.... risos... mudei os rumos do que ia escrever...



terça-feira, setembro 18, 2012

Atualização da Vida │A Feliz Rotina da Esperança

Agora que estou trabalhando, e muito, fica mais difícil manter a regularidade nas postagens. Até porque tenho precisado usar muito minha capacidade intelectual e, por muitas vezes isso acaba por me exaurir mais do que se tivesse passado o dia fazendo alguma atividade física.

Voltei a feliz rotina do acordar cedo, dormir mais cinco minutos, acabar dormindo dez, ou quinze a mais, se arrumar, chegar cedo no trabalho, trabalhar, sorrir, brincar, se concentrar, preocupar, decidir, ponderar, agir, cansar, sair, correr, e etc...

Essa rotina é ótima, como tudo tem seus prós e seus contras.

Também tenho saído bastante, toda sexta-feira é dia de sair e se divertir. Rir com os amigos, paquerar, beber e sorrir ainda mais.
Todas as sextas são ótimas, ainda que sejam por vezes os mesmo lugares, pois no final ter a companhia de quem é amigo, torna tudo mais aprazível.

Sábados agora também são dias de futebol, os de quinta não estavam dando vazão. (risos)

Domingos e dias de saudades são maravilhosamente aproveitados com a companhia do meu lindo filhotinho. É impressionante como é bom sentir esse amor, viver esse amor. Meu filhotinho continua sendo mais que tudo pra mim.

Essa rotina me faz bem, é ótima, e como tudo tem seus prós e contras.

A pouco ponderei uma nova proposta de emprego, coisa legal até, mas tenho sido mais feliz onde estou.

Confesso que também estou um pouco cansado dessas noitadas, pois não tenho curtido as coisas que gosto. Tenho apenas estado com as pessoas que gosto. Quero e preciso combinar as duas coisas.

Tô numa fase tranquila, buscando estar menos acelerado...

Vivendo nessa rotina, que é ótima, e como tudo tem seus prós e contras.

Tenho aprendido a reclamar menos e ser mais amigo, mais ajudador e prestativo, dar mais amor e gestos honestos.

Tenho sido mais feliz com essa rotina, que hoje, entendo: só há prós.

segunda-feira, agosto 27, 2012

Atualização da Vida │ Individualistas

Sei que já tem tempo que não escrevo nada, apesar de muita coisa estar acontecendo na minha vida. E quanto a isso peço desculpas aos meus leitores.

Hoje, quero falar novamente sobre o egoísmo, no entanto, quero explorar de forma "raza" a vertente: individualismo.

É sim.

Em primeiro lugar gostaria de deixar claro que não recrimino ninguém ou muito menos acho errado os pontos de vista que vou atacar. Sim, digo atacar pra soar forte.

Seguinte, desde que me mudei pra Vila da Penha, a quase dezenove anos, faço o comentário de que gostava mais de Padre Miguel por conta de algumas peculiaridades. E, uma delas era a de todos na rua se conhecerem e partilharem calçadas, papos e vidas, no decorrer dos anos.

Aniversários, datas festivas em geral, tudo era motivo pra abrirmos nossas portas e receber com prazer o vizinho e fazer da nossa casa um pedaço também da vida do próximo.
Mas, o mundo como um todo mudou, e isso nos é notório.

Fomos deixando de ser "coletivos" e hoje somos cada vez mais intimistas. Hoje só queremos nos importar com o outro quando queremos curtir aquela balada, ou seja, os "momentos felizes".

Só que hoje, quero explorar um prisma diferente. O do amor.

Todos levantam levantam somente a sua própria bandeira o tempo todo. O mote do momento é:

"O outro que se foda, ele(a) é quem esta perdendo."

Sabem, no final, talvez até mesmo eu defenda esse conceito, afinal quem sofre as consequências sejam boas ou ruins somos nós, certo?

Errado.

Há outra vida no meio disso.

Veja bem, não estou falando que devemos esquecer de nós. Apenas que devemos considerar que a indiferença dói.

E, quem a pratica também sofre. Sofre porque fica frio, desapegado, aprende simplesmente a jogar e não a amar. E, fazendo isso, a gente simplesmente acaba por escolher errado.

Não sou o cara mais correto. Já aprontei muito com o coração alheio e me arrependo muito dessas coisas.

Perdi pessoas que estavam completamente dedicadas a mim, pessoas com as quais poderia talvez estar até hoje, bem e feliz. Mas por burrice ou por me achar inteligente demais, errei. E em algumas vezes cheguei até a ser inescrupuloso.

No entanto, Deus me deu um coração contrito, piedoso de mim mesmo e auto crítico. Reconheci e mudei dentro mim, porque entendi que errei e que também deveria me redimir diante dessas pessoas.
Não por esperar redenção ou o puro perdão, mas sim, porque queria, através de atitudes de amor, tentar consertar o mal que fiz.

Decidi entender que a indiferença só me trás dor, ou melhor a ausência dela. Melhor ainda foi entender que sentir dor pode ser bom. Bom pra saber que amamos, que não devemos lutar só pelos nossos interesses, saber que devemos sim nos importar com quem também esta nesse jogo.

A vida de duas pessoas não se entrelaça por acaso.

Minha oração é que eu nunca mais use a indiferença como arma, até porque por ela muito já fui ferido.

Esses dias postei no facebook algo falando sobre ser indiferente. E, de forma rápida vou explicar o contexto.

Me envolvi, errei, reconheci, mudei e a procurei novamente. Procurei por amizade, mas confesso que o coração ardeu. Como não quero forçar nada, tenho respeitado o espaço, lidado com um dia após o outro.
Aprendendo a lidar inclusive com o medo dela de que eu a machuque novamente. Aceitando as consequências do meu pecado.

Resultado, tenho sido colocado em segundo plano.

Bem, paciência. Afinal, quem vê cara não vê coração... não é mais ou menos isso?

Já tem algum tempinho que decidi simplesmente viver minha vidinha e me concentrar somente no meu filho e no meu trabalho. Chega de me preocupar com o coração... No tempo certo ele acha alguém ou será achado, e tudo acontece.

Mas, decidi quebrar esse silêncio hoje, por ver, através do facebook essa manifestação individualista. Sempre colocando o outro em segundo plano, sempre se auto reverenciando, auto afirmando... Seja por Martha Medeiros, Clarice Linspector, Autor Desconhecido ou o raio-que-o-parta...

Aprendi que sempre tem alguém do outro lado. Alguém que sofre, alguém que chora, alguém que sinceramente espera que você tome a atitude correta. Alguém que só quer em quem confiar. Amar.

Claro não falo dos cafajestes, sem-vergonha, piriguetes e safadas...

Defendo aqui as pessoas de bem, aquelas que realmente querem amar.

E, se esse texto vier a servir como uma luva à você, leitor-ausente, simplesmente pense mais e melhor sobre seus atos.

Também, se por acaso você leitora, for alguém com a qual já errei algum dia, meu único pedido é o seu perdão. Entenda que sou humano. Errei, mas hoje já não quero errar mais.

Uma boa semana,
Nelson







quarta-feira, agosto 08, 2012

Atualização da Vida │ Turbilhão

Decidi dar um tempo da crônica pois nas ultimas semanas muita coisa tem acontecido ao mesmo tempo na minha vida.

Algumas coisas boas, outras não e algumas muito, mas muito boas mesmo!

No entanto, as divagações rotineiras não abandonam minha mente e até mesmo os "espaços de pensamentos". Divagações sobre tantas coisas, tantos textos em potencial, enfim, rotina.
A crônica em si tem me feito pensar muito sobre diversas coisas, pois, ela é o resultado potencializado de diversas experiências de vida que observo dentro do meu circulo social e em algumas vezes, minhas experiências também.

Quanto as coisas boas, é bom saber que Deus me tem dado Sua graça. Seu favor imerecido tem sido solidário e ajudador. E, à Ele, só tenho que ter meu coração grato e feliz.

Quanto as coisas não tão boas, entendo que são momentos que sempre temos na vida, e digo sempre, no sentido de que sabemos que são passagens, que horas vêm e horas vão.

Sinceramente acho gostoso esse contraponto da vida. É como se a balança tivesse sempre que estar equilibrada, as vezes as coisas boas pesam mais e outras vezes não, mas, no final, basta aprender a lidar com esses desequilíbrios. (não que seja fácil)

Quem me é mais chegado, sabe quais são essas coisas, sejam boas, não boas ou muito boas. (risos)

Outro dia, ouvi meu irmão ao conversar e "aconselhar" uma amiga (ou amigo não me lembro da pessoa), dizer o seguinte:

"Chega um momento na vida em que você deve decidir entre ter razão ou ser feliz"

Eles falavam sobre relacionamento, mas o fato é que isso mexeu muito comigo e me fez trazer o significado simples dessa poderosa frase para tudo na vida.

Atitudes são os que nos fazem viver, atitudes certas, erradas, de amor, de ódio, de solidariedade, compaixão, ambição, fé, etc...

E a todo momento precisamos decidir que atitudes tomar sejam elas pra definir o rumo de nossas vidas ou simplesmente a de fazer ou não algo banal.

E, em tudo agora eu penso, com essa atitude poderei ser alguém mais feliz?

De certo, que cometerei erros nesse julgamento, mas o que me importa agora é que essa é a minha motivação. Ser feliz.

Hoje vivemos no mundo da razão, da ciência, das explicações eloquentes, da cultura e da pseudo-cultura, um mundo onde está todo mundo mais preocupado em alcançar a felicidade através da sua razão. E, com isso, cedendo cada vez menos ao outro.

Tomar esse tipo de atitude é aprender a engolir a seco, um exercício sobre como se preocupar com o que realmente importa. Te falar, isso é difícil pra mim. Sou uma pessoa que adora sempre ter razão sobre tudo. Gosto de estar certo e sou duro na queda numa discussão

Mas com essa nova perspectiva, nova filosofia, tenho aprendido a descansar mais e a viver com mais intensidade meus momentos de felicidade. Gostei de não querer mais ter razão!

E, mesmo com todo esse turbilhão de coisas acontecendo, tenho me sentido extremamente feliz.

Ontem Deus através da minha sobrinha nos deu uma felicidade tão grande... Nada de ruim que possa estar acontecendo poderá superar essa alegria.

Meu filhotinho...

Meu coração...

Meus amigos...

Definitivamente ao agir assim tenho me sentido mais maduro, mais competente pra viver.

Não sou melhor do que ninguém e nunca serei. Só entendi que já chegou o momento de deixar certas coisas pra trás.

Acho até que o título do texto deveria ser outro, mas não mudarei.

Enfim, espero que em breve novos textos surjam.

Aos meus leitores, poucos, mas fiéis, um grande e forte abraço.

quarta-feira, agosto 01, 2012

Colaboradores │ Só Dê Ouvidos A Quem Te Ama


Só dê ouvidos a quem te ama. Outras opiniões, se não fundamentadas no amor, podem representar perigo. Tem gente que vive dando palpite na vida dos outros. O faz porque não é capaz de viver bem a sua própria vida. É especialista em receitas mágicas de felicidade, de realização, mas quando precisa fazer a receita dar certo na sua própria história, fracassa.

Tem gente que gosta de fazer a vida alheia a pauta principal de seus assuntos. Tem solução para todos os problemas da humanidade, menos para os seus. Dá conselhos, propõe soluções, articula, multiplica, subtrai, faz de tudo para que o outro faça o que ele quer.

Só dê ouvidos a quem te ama, repito. Cuidado com as acusações de quem não te conhece. Não coloque sua atenção em frases que te acusam injustamente. Há muitos que vão feridos pela vida porque não souberam esquecer os insultos maldosos. Prenderam a atenção nas palavras agressivas e acreditaram no conteúdo mentiroso delas.
Há muitos que carregam o fardo permanente da irrealização porque não se tornaram capazes de esquecer a palavra maldita, o insulto agressor. Por isso repito: só dê ouvidos a quem te ama. Não se ocupe demais com as opiniões de pessoas estranhas. Só a cumplicidade e conhecimento mútuo pode autorizar alguém a dizer alguma coisa a respeito do outro.

Ando pensando no poder das palavras. Há palavras que bendizem, outras que maldizem. Descubro cada vez mais que Jesus era especialista em palavras benditas. Quero ser também. Além de bendizer com a palavra, Ele também era capaz de fazer esquecer a palavra que amaldiçoou. Evangelizar consiste em fazer o outro esquecer o que nele não presta, e que a palavra maldita insiste em lembrar.

Quero viver para fazer esquecer... Queira também. Nem sempre eu consigo, mas eu não desisto. Não desista também. Há mais beleza em construir que destruir.

Repito: só dê ouvidos a quem te ama. Tudo mais é palavra perdida, sem alvo e sem motivo santo.

Só mais uma coisa. Não te preocupes tanto com o que acham de ti. Quem geralmente acha não achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre tu revelas.

O que te salva não é o que os outros andam achando, mas é o que Deus sabe a teu respeito.

Padre Fábio de Melo

quinta-feira, julho 19, 2012

Crônicas Normais │ Parte 02

Foi totalmente desinteressante caminhar pela casa a caminho da porta para a rua. Sentia-se ávido pela vida, mas não conseguia se regozijar por ela, com ela...

Tão novo e já morava só. Seus pais o sustentavam na cidade, para que ele pudesse estudar e se formar em quatro anos, e ele já nem se lembrava em que mais.

Ao cruzar o corredor que dava para a sala, passou pela entrada da cozinha e acabou pegando algo pra mordiscar na geladeira, afinal, seu estômago o estava castigando com uma dor pungente e interminável.

Passou pela porta... sua vontade de viver estava fervilhando, a forte e recém lembrança da vizinhança vista pela janela o estava impulsionando para querer viver pra fora, esquecendo de tudo o que atormentava.. Mas... É, sempre tem o porém.

E, foi passar pela porta e cruzar o quintal, receber os primeiros acenos, cumprimentos e acenos, que tudo se tornara cinza novamente. Nem chegou a morder o que havia separado para comer, simplesmente largou na primeira lixeira e caminhou. Caminhou pelo cinza dos seus olhos, ignorou as pessoas, mal viu as crianças, e as cores das roupas nos varais... Dessas ele nem mais se lembrava.

Ele fazia força pra se lembrar do motivo de tanta dor, de tantas dúvidas. Seus passos se multiplicavam e as perguntas que antes tinham respostas agora se tornavam motivo de novos questionamentos, sobre velhas coisas.

"Porque dói tanto, do que tanto duvido, porque a vida não parece mais ter graça? Porque..."

Andou por minutos a fio e a esmo, sem ao menos saber se ainda estava numa vizinhança conhecida. O Sol estava forte, mas ele, estava de casaco. Um moletom velho e surrado de algum personagem de desenho japonês que nem ele era mais capaz de reconhecer. E o calor, por mais que o incomodasse, parecia ser mais um motivo para andar com aquele moletom.

Parou.

Ele estava de frente a uma livraria, e ali estava um lugar que o fazia sentir bem. Ler era como se drogar pra ele. Era fugir da realidade sofrida e viver mil vidas em mil mundos. Era poder ser.

Quando se deu por conta já estava folheando um livro, que agora o tema ele já nem lembrava, pois foi naquele momento que algo mudou dentro do seu dia, da sua dor, do seu torpor...

Uma voz feminina, doce, fina e concentrada ecoava dentro dos seus pensamentos, enquanto ele viajava nas palavras do livro. Ela o sacudira pra ter atenção.

Não era bonita, talvez não nos padrões que se espera, era magra, rosto forte, olhos pretos penetrantes e vivos, cabelos também pretos, lábios brilhantes... E, novamente ele se perdera...

Seu coração bateu forte, as mãos suaram, chegou até a pensar em sexo.

Ela, só queria uma informação, e o confundira com um antigo funcionário. Decepção.

Saiu dali e parou na porta da livraria, olhava e observava o movimento da rua... Seu peito doía.

"Por que, por que, por que"

Era só o que lhe rondava a mente. Ele estava confuso. Ele estava... Já nem ele mesmo sabia.

Mas, ele decidiu que naquele dia, ele descobriria sua resposta. Decidiu que teria sua vida de volta. Decidiu que queria parar de sofrer sem nem mais se lembrar o por que.

Mesmo sem conseguir ver as cores da vida, mesmo com o pensamento nebuloso de tantas perguntas, mesmo com o corpo e a aparência em bagaços, ele tinha que ter as respostas.

Chegou até a pensar se as respostas seriam mesmo importantes... Talvez fosse melhor simplesmente arrumar  um motivo, como seria a moça da livraria... "Um amor para curar uma dor" - Talvez.

O certo, é que ele sabia dos seus limites, queria reagir mesmo sem saber como...

Então, leu:

"Uma vida não questionada, não merece ser vivida - Platão"

E tornou a caminhar.

Continua...


domingo, julho 08, 2012

Crônicas Normais │ Parte 01

Era tarde... ou seria manhã, madrugada? Já não se sabia mais.

As janelas fechadas, cortinas espessas, quarto bagunçado, computador ligado e a banda preferida tocando num volume quase inaudível. Apenas reconhecida com a atenção devida ao ambiente estático de melancolia e dor.

Ele estava simplesmente deitado no chão, no meio a bagunça de livros e papeis, suas anotações mais preciosas, seus pensamentos, todos ali espalhados. Na verdade tão embaralhados quanto seus pensamentos. Ele estava em torpor.

Aquele torpor mental de quem já pensou muito, sofreu muito, falou muito, e que se chega até a pensar se viveu muito. Olhos vidrados num poster, aliás, vários, pois todos eram colados no teto e não nas paredes do quarto, como seria comum.

É, mas ele nunca fora uma pessoa comum apesar de de seus poucos vinte e dois anos. Ainda era um adolescente, ou na verdade vivia como um? Sempre com seus pensamentos, introspectivo demais quando estava sozinho, suicidando seus paradigmas e sofrendo com a insatisfação real de não ter se descoberto.

Mas como? Quem pensaria que ele poderia sofrer tanto assim? Boa família, bons amigos... e quando estava com eles parecia ser alguém normal. Espirituoso, bem articulado, amigo... Mas se você tentasse reparar só um pouquinho nele, veria o tal torpor em seus olhos, veria que ele era vazio de emoções profundas, pensaria que tudo que ele faz é apenas para cumprir aquilo que se espera de um jovem em sua idade.

Mas, pra ele, vinha se tornando cada vez mais difícil viver dessa forma, ele tinha esses lapsos sabem... No fundo sabia que não deveria se entregar "ao-que-quer-que-fosse", talvez por isso ele tentasse parecer normal em sociedade.

E será que ele realmente tentava? Talvez não, pois na verdade ele se sentia completo, bem. Nem parecia que todas aquelas ponderações mórbidas rondavam e pairavam sobre seu consciente. Ele adorava a companhia dos amigos e familiares. Isso o fazia desligar de tanta profundidade na alma, era tão bom parecer raso, sutil.

Mas já era hora de se levantar, a barriga doía e a cabeça pesava, e ele nem sabia a quantas horas isso acontecia. Não sabia sequer se já haveria se passado um dia, ou dias... Ele só sabia que estava em torpor emocional, que seu espírito e alma andavam perturbadoramente amendrontados...

Levantou, um incomodo tremendo nos músculos e dores... foi até a janela e abriu de leve as cortinas. Mais dor. Era manhã. Provavelmente havia se passado mais um dia, ou exatamente um dia.

A manhã estava absurdamente linda, mesmo com os olhos doloridos ele decidiu contemplar o misto de cinza  urbano com as leves cores da vizinhança que o cercava. As roupas nos varais, animais nos quintais, crianças na rua enquanto os pais lavavam as calçadas ou carros.

Crianças tão alegres o quanto ele um dia já fora. Brincadeiras e correrias descomprometidas, sorrisos largos  e gritos gostosos de se ouvir. Já era final de semana e pela rotina, sábado.

Ele ficara três dias deitado, dormindo e acordando, acordado-dormindo...

Sem pensar, decidiu sair e andar, mas ao passar pelo espelho, grande mas escondido pela porta entreaberta do armário, se deu conta que ele estava um caco. Mas mesmo assim não se recompôs, apenas deu um jeito no cabelo, catou seu mp3 e saiu.

E deixou pra trás, ali no chão, todos os seus pensamentos e certezas, toda sua dor, mas não suas dúvidas.


Continua...




segunda-feira, julho 02, 2012

Atualização da Vida │ Colaboradores

Esses dias tive uma surpresa muito boa de uma ávida leitora. Que nas palavras dela, está adorando me conhecer ao me ler. =)


Menino bonito

Menino simpático,
olhar arguto,
temperamento arisco...
que se diz amante obstinado...
Quais mais surpresas
terei de você?

Além de saber que és um menino
surpreendentemente grande,
procurando a chave do seu coração
perdida sabe-se lá como e onde.

Aqui não cabem mais palavras,
além das de uma música
apreciada por mim,
Que diz : Menino bonito,menino bonito aiiii

domingo, julho 01, 2012

Atualização da Vida │ Foda-se

Ontem uma amiga publicou algo no facebook que me fez pensar. Aliás, me fez repensar e repensar também de forma escrita sobre algumas ponderações que eu já vinha fazendo e até mesmo pra "formalizar" algumas posturas que tenho tomado.

Ela postou algo sobre estar cansada emocionalmente, sobre estar estafada das pessoas e dos seus incessantes julgamentos fúteis. Cansada do esfriamento que é causado pelo distanciamento proposital.



Hoje a palavra de ordem nas redes sociais é o foda-se.

E é engraçado porque todo mundo está tão engajado com os problemas do planeta, dos maus tratos aos animais, alguns ainda militam sobre a solidez de um relacionamento amoroso ou exaltam o valor de uma boa amizade.
Mas todos esses, tem dito: Foda-se

Isso, exatamente essas seis letras tem causado esse cansaço emocional. Na verdade esse cansaço emocional só sente quem ainda se importa com o amor, com as amizades, com alguma coisa.

Eu respondi a postagem dessa amiga assim:

"...posso dizer que não são as pessoas ficando mais frias, é apenas o afastamento (decepcionante) daqueles de quem a gente não espera. Como ser traído saca? Você só sente porque ama, porque não espera, porque confia.
Também to passando por um certo cansaço emocional, seja na vida amorosa ou na vida fraternal.
Sem paciência pra correr atrás, se esforçar por quem não te valoriza, tentar consertar amizades que do seu lado nunca se quebraram..."

Sabe, acho que há mais de uma interpretação pro tal "foda-se" na primeira ele vira sinônimo de indiferença. Você não liga mais pra nada e só procura sorrir pra quem te faz sorrir. Tudo é descartável, basta parar de te dar prazer.

Já na segunda, acredito que o intento seja apenas procurar viver uma vida mais simples, sem se por em tantas intempéries em decorrência de problemas que poderiam ser minimizados.
É procurar a medida certa daquilo que realmente importa. Valorizar o que realmente se deve. Sem descartar, tentando consertar. Mas se a coisa não quiser ser consertada, paciência, ao menos se tentou.

Ultimamente tenho tanta coisa mais importante pra me preocupar que aprendi a ligar esse famoso botãozinho. Quero sempre poder praticar o segundo sentido dele. Sempre fui um homem íntegro, mesmo com meus erros.

Abrindo aqui um parêntese grande, vivi um exemplo de como a primeira interpretação da palavra pode ser mesquinha e manipulativa.

Fui vítima de uma tramóia pra me jogar contra uma amiga, que hoje tenho minhas dúvidas se realmente foi amiga um dia. (porque  pra mim, amigos sentam pra conversar e não saem acreditando em tudo que lhe chega aos ouvidos)

Acho isso até engraçado, porque as amigas em questão, sempre se amaram nos olhos e se odiaram de costas. Detalhe, eu quem sempre ouvi e registrei as criticas e mesmo assim nunca coloquei uma contra a outra. Aliás, sequer ficava instigando qualquer comentário.

Já até peguei as duas na mentira no começo... Não sei porque uma não queria que eu saísse com a outra, daí mentiu feio.. deu uma merda... (risos) Mesmo assim, nunca joguei essa mentira na cara dela... enfim.

Um dia ainda descubro porque a mente feminina é tão maquiavélica e passional (no sentido irracional).

Bem, o ponto é que só temos uma vida e ela passa rápido. Pra mim que sou pai, tenho duas vidas pra viver, e não quero ficar perdendo tempo com picuinhas.

Como eu dizia, também vivo esse tal cansaço, mas hoje me concentro em quem tem sido mais na minha vida. Na minha família, nos meus amigos que sei que amam tanto quanto os amo. Naqueles de quem não preciso ter meias palavras, que posso jogar os defeitos na cara de forma adulta e também abrir os ouvidos pras duras criticas.

Assim minha vida tem muito mais valia, mais sentido, mais rumo.

E pra manter o bom humor e a acidez: foda-se!