domingo, junho 07, 2015

O entusiasmo de seguir em frente e a falsa ordem da felicidade.

"A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente."  - Soren Kierkegaard.

Como um atento leitor e interessado estudante da pós modernidade e dos recentes fenômenos sociais, é impossível para mim, não fazer um paralelo sobre o que os filósofos e sociólogos recentemente pregam sobre a juventude. Ela que uma vez foi transviada e hoje, se vê perdida, sob os olhares mais pessimistas.

Muito se fala sobre a felicidade falseada e a extrema necessidade de se mostrar feliz pra todos, em todos os momentos e a todo tempo. Feliz na profissão, na família, no amor, na vida.
Cautela, pois não é errado compartilhar bons momentos, mas o que se discute é a frequência e a intensidade de tantos compartilhamentos.

O que se discute é essa irresponsabilidade do esquecimento de que numa rede social, você não esta só cercado de amigos, como aqueles os quais você escolhe (ou deveria escolher) a dedo para compartilhar o mais íntimo da sua vida.

Ninguém é intimo de 400, 800 ou mil amigos para compartilhar a vida como todo, com check ins, desabafos, alegrias e tristezas.

Afinal, ser humano é (também) sofrer, é ser um ser em constante evolução e transmutação. O Ser

Humano é subjetivo, e Kierkegaard destrincha isso muito bem em seu livro "O Conceito de
Angústia".  (Eu particularmente não o acho um livro fácil de ler, mas vale o esforço)

Porém com minha experiência de vida, tentando ser pragmático em minha visão, eu iria de encontro à essa visão hiperbólica do jovem pós moderno.

Pois, ainda que hajam nuances verdadeiras sobre tais aspectos, como essa "falsa felicidade" e tudo que ela engloba. Vejo que a minha geração é extremamente entusiasmada pela vida e tem procurado seu lugar no mundo de maneira perspicaz.

Acredito que a única coisa que poderia ser pontuada negativamente nessa visão pragmática é o egoísmo extremo de simplesmente viver sua vida, desconsiderando que o outro existe. Pois, como um amigo meu diz: "Cada um abrace seu cacto".

Entenda, falo isso no sentido de que hoje, dificilmente fazemos algo fora do nosso coração. Ajudamos sim, os amigos de perto, ou aqueles de quem poderemos receber "algo em troca"... ainda que esse algo, seja, somente, atenção e palmas.

Entrando em outra seara, por isso hoje temos tantos milhões de evangélicos no Brasil, mas ao mesmo tempo temos uma igreja com "i" minúsculo, que não faz a diferença nas comunidades onde se estabelecem.

Não somos mais capazes de nos compadecer pela história cotidiana de sofrimento que mora ao nosso lado, a não ser que ela passe no "Fantástico". (Mas isso é papo pra outra postagem)

Como dito por Kierkegaard, temos que aprender com nosso passado, nunca deixando de olhar para trás, para assim, viver evoluindo. Ou seja, seguindo em frente.

E o que isso tudo tem haver com o título da postagem?

O que quero dizer é que sim, devemos seguir em frente, não deixando a "peteca cair", vivendo com vida, com sorrisos e alegrias. Mas também com choro e tristeza, quando couberem.

Que estamos aí, não mais perdidos nesse mundo que não para, correndo sob essa fina camada de gelo, liquidificando tudo, como diria Bauman. (risos)

Entendendo que seguir em frente não é uma questão de sobrevivência como a pós modernidade nos impõe, mas sim questão de evolução.

Logo, como eu gosto de dizer: para o alto, e, avante!


Graça e Paz

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