segunda-feira, outubro 24, 2011

Sentimentos - 4ª Parte │ Orgulho

“Se há uma coisa que não tolero é a insensatez do orgulho obstinado" - Kvothe em "O Nome do Vento, A cronica do Matador do Rei

Assim que li essa frase parei de ler meu livro e apenas refleti.
Trata-se de uma afirmativa muito forte e também muito consistente.
No contexto apresentado o personagem discutia sobre como é difícil lidar com um ego orgulhoso e altivo...

Ponderei sobre isso.

Muitas vezes o orgulho pode até ser um sentimento bom e motivador, pode gerar dentro de nós a energia correta para lutarmos pelos nossos objetivos. No entanto isso deve ocorrer na medida correta.
Mas qual seria essa medida, os limites são imperceptíveis para o coração humano? É impossível discernir.
No entanto o que me chamou mais a atenção foi o fato desse orgulho torpe, ser obstinado.

Uma das definições para obstinado é “relutante” ou seja, aquele que resisti.

Eu sou completamente à favor dessa vertente: “Se há uma coisa que não tolero é insensatez do orgulho obstinado”
Ou seja, não há limites morais para quem possui tal orgulho, não há valores ou pertinências, há somente a sua vontade a ser seguida e obedecida.

Para mim a insensatez beira a loucura. Ela não se satisfaz e muito menos regra pelo respeito alheio.

Sempre fui um cara muito orgulhoso, mas nunca fui obstinado ou sequer insensato. Talvez, não... é, certamente, nunca fui orgulhoso, me desminto.
Não sou de guardar rancores e raiva, muito menos de “vingancinhas” e tais futilidades. Claro, já tive meus maus momentos.

Recentemente me senti injustiçado, sabe, mesmo eu usando o máximo de empatia me senti injustiçado. Orgulho ferido. Fui capaz de perdoar algo à principio irremediável e quando mais precisei de uma recíproca, não a tive. Mas será mesmo que não tive essa recíproca? Talvez tenha sido só meu orgulho ferido, querendo obstinar-se.

Não perdoo ninguém esperando que me perdoem de volta, não sou “bom” para os outros esperando que se ajoelhem perante minha misericordiosa bondade... Mas quem nunca se sentiu assim, quando a bola bateu e voltou?

Obrigado Deus por não ter um coração orgulhoso e obstinado, obrigado porque minha obstinação se concentra na minha paixão, na minha capacidade de amar. Obstinação essa que gera perseverança e um sentimento de “não-desistência”.

Não tolerarei mais essa insensatez que me fere e que por amor ao próximo me diminui em grau e não me acrescenta no caráter. Não deixarei mais que os orgulhos obstinados treinem sua inconsequência comigo.
Chegou a hora de agir como numa sábia observância de um amigo mais chegado que irmão, que diz que heróis são reacionários e os vilões, ah sim, eles sim são revolucionários..

Mas isso, isso é papo para outro texto.

Me desculpem as poucas palavras.

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