Sempre vi o amor como algo além do senso comum, sempre nutri uma visão muito peculiar, melhor dizendo, particular sobre esse sentimento que se confunde num emaranhado de atitudes sobre o outro.
Quando me casei, achei de forma vã que tudo se resolveria com o amor altruísta e devotado, que porque me dediquei a fazer tudo certo o meu “tudo” também daria certo. Mas me senti seguindo uma receita de bolo pronto e deixando o bolo solar. É, é isso mesmo, deixei o bolo solar.
Hoje isso é página virada na minha vida, mas com certeza vivo voltando naquele capítulo e tomando como norte coisas que quero e coisas que não quero viver novamente.
Sempre fui um bom estrategista e sempre soube lidar com as mulheres, e sem falsa modéstia, muito bem. Entendo desse jogo, seja ele conciso ou frívolo, sólido ou meramente volátil, sei fazê-lo.
No entanto, de pouco tempo para cá, aprendi a viver com intensidade, melhor, aprendi a demonstrar essa intensidade e vive-la com paixão.
Recentemente disse assim para uma pessoa: “Estou totalmente desarmado e isso me preocupa [...]... Mas quer saber, melhor sofrer para fora do que para dentro.”
E realmente tenho levado isso muito a sério.
Há alguns dias, acho que anteontem, minha irmã me disse algo que meu amigo corroborou: “Você precisa de terapia”. Isso me incomodou profundamente, mais ainda do que eu esperava.
Esse amigo que inclusive ratificou a orientação é psicólogo, e quem me conhece sabe de quem estou falando porque eu o admiro muito, é um exemplo para mim. E eu, meio chateado falei algumas coisas para ele, que prontamente me respondeu.
“Nós (ele e mais dois amigos) temos tentado te ajudar a anos, mas você sempre achou que tinha mais a ensinar do que há aprender.”
Puxa, que tapa!
No entanto, quero falar do amor... Tudo isso, todo esse prelúdio, serve para tentar explicar o que quero dizer através de tantas palavras e sentimentos que por vezes se conflitam dentro de mim.
Decidi que quero um amor puro, algo que nasça sem força, com simplicidade, cotidiano, olhares, sorrisos, toques, ares, saudades, cumplicidade, decência, respeito e lealdade. Um compromisso que surja sem peso e sem as cobranças que geram tal pesar...
Mas será que isso ainda existe para mim? Será que eu somente estou fazendo um dramalhão? Ou o que eu preciso mesmo é de terapia? Melhor, isso tem a ver com traumas? Ou eu simplesmente preciso parar e viver minha vida sem tanto exaspero?
Pois é, tantas perguntas e quase todas as respostas...
Tenho me sentido dentro de um jogo, um jogo onde só um manipula e o outro sofre.
Não quero cobrar nada de ninguém, nem tenho esse direito. Nunca terei.
Quero sim é semear respeito e sinceridade para conseguir colher o mesmo. No entanto, será que agora estou colhendo o mal que plantei depois das aventuras pós-separação?
Hoje, exatamente hoje, há poucas horas, estava conversando com uma pessoa pelo MSN e falando sobre a tal terapia me abri falando: “Me sinto como no filme Gênio Indomável... Tenho medo de abrir portas que estão trancadas até mesmo para mim, de revelar meus segredos, meus medos.”
E há quem diga você precisa é de Jesus, deixe Deus fazer isso ou aquilo... Se entregue, confie... Estou cansado de tudo isso, cansado na verdade de que me digam tudo isso.
Quero amar, mas tenho medo de assustar, quero me entregar, mas tenho medo de assustar... Preciso de ajuda?
Sentir-me assim não ta me fazendo bem, essa é a verdade. Talvez eu deva simplesmente deixar a vida seguir e pensar somente em mim e no meu filho, talvez... Eu que sempre tive um coração apaixonado, estou amando novamente. Mas me sinto terrivelmente sozinho nisso.
Não sei no que todo esse desabafo vai dar quem vai ler e o que irá pensar de mim e sobre isso tudo.
Na verdade, talvez eu esteja sendo pesado demais para mim mesmo. Então porque querer estar perto de alguém?
No final das contas meu senso prático diz: seu viadinho, ta fazendo um dramalhão.